Hoje é sexta-feira 13. Muita gente ainda acredita que a data é amaldiçoada. Mas de onde vem tal superstição? A explicação é que o dia fatídico reuniria dois dos mais azarados itens: o número treze, cheio de simbologias, e a sexta-feira, também tida como o dia da semana de pior sorte. Na verdade, é difícil determinar uma origem precisa dessa superstição: lendas, crendices populares, relatos sem comprovação histórica, tanto da tradição cristã quanto anterior a ela, misturam-se nas explicações da má sorte atribuída à sexta-feira 13.
Na história da civilização, 13 é um número considerado incompleto. São doze os ciclos lunares durante um ano solar, que formam os 12 meses no ano, e a contagem da civilização suméria tinha como base 12 unidades. Luís da Câmara Cascudo lembra que os cristãos têm aversão ao número 13 por causa na última ceia de Jesus Cristo, que contava com 13 pessoas à mesa. Mas, o autor destaca que a desconfiança em relação ao número é bem anterior ao cristianismo. “Hesíodo, sete séculos antes da era cristã, aconselhava a não semear no 13º dia”.
E completa: “A Igreja Católica divulga as trezenas de Santo Antônio, 13 dias de orações em homenagem ao santo que faleceu a 13 de junho de 1231. Mas os dias 13 são fatídicos, escolhidos para ‘fumaça às esquerdas’ (para o mal) no Catimbó, feitiço maléfico, envultamento, muamba de morte ou doença grave, etc”.
A sexta-feira também nunca foi bem vista em diversas culturas. Acredita-se que Jesus teria sido crucificado nesse dia da semana – apesar de não haver referência precisa quanto a isso na Bíblia. Uma das versões mais populares a respeito da má fama da data está ligada aos tempos do rei da França, Felipe IV, o Belo, que teria ordenado a perseguição dos cavaleiros da Ordem dos Templários em uma sexta-feira, 13 de outubro de 1307. Com seus seguidores presos, torturados e queimados em fogueiras, a poderosa ordem seria extinta em 1312.
De acordo com uma antiga lenda escandinava, Friga, deusa do amor e da beleza, teria se transformado em uma bruxa após a conversão dos nórdicos ao cristianismo. Como vingança, ela passou a se reunir todas as sextas-feiras com outras 11 bruxas e o demônio. Juntos, os 13 ficaram lançando feitiços sobre os novos cristãos do alto de uma montanha.
Outra história de origem nórdica também se relaciona com o tema. O deus Odin teria dado um grande banquete para reunir-se com outras doze importantes divindades. Ofendido por não ter sido convidado para o evento, Loki, o deus da discórdia e do fogo, foi à reunião e promoveu uma enorme confusão que resultou na morte de Balder, um dos favoritos entre as divindades. Tal lenda reforça a ideia de que um encontro com treze pessoas sempre termina mal…
Essas são apenas algumas das lendas relativas à sexta-feira 13. Você conhece alguma outra?
– Márcia Pinna Raspanti
“A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci.