A PARTICIPAÇÃO FEMININA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Por Natania Nogueira.

A Segunda Guerra Mundial foi um conflito de homens e mulheres. Nunca antes em toda a história tantas mulheres, em diferentes países, foram chamadas a contribuir com um esforço de guerra como entre os anos de 1939 e 1945. Elas ocuparam funções que antes eram consideradas masculinas, como engenheiras, supervisoras de produção e motoristas de caminhão, por exemplo, e também se alistaram nas forças armadas. A entrada maciça de mulheres no mercado de trabalho, seja para suprir o vazio deixado pelos homens que estavam no front de batalha, seja para preencher uma demanda surgida com a eclosão da guerra, iria causar um grande impacto social, durante e depois do evento.

Não demorou muito para que as lideranças dos países envolvidos no conflito percebessem que teriam que convocar as mulheres para a guerra. Inicialmente, elas foram conclamadas a se voluntariarem, mas, com o avanço dos combates, passaram a ser recrutadas. Se na Primeira Guerra Mundial elas estivem em fábricas e foram enfermeiras, agora fabricavam e até pilotavam aviões.

O primeiro país a reconhecer a necessidade do emprego da mão de obra feminina durante a Segunda Guerra Mundial foi a Inglaterra. Na Grã-Bretanha, a grande maioria dos postos de trabalho ainda era ocupada pelos homens. A maior parte das mulheres não trabalhava e limitava-se cumprir sua função de mãe e esposa No entanto, a guerra iria mobilizar 5,5 milhões de homens. A força de trabalho feminina passa a ser decisiva para que o país se mantenha nesse período conturbado.

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Inicialmente, a introdução da mulher de forma maciça no mercado de trabalho causou as mais diversas reações. Muitos temiam que, findo o conflito, a força de trabalho feminina permanecesse ativa e tirasse o trabalho dos homens, naturais provedores do lar. A proteção da família estava em primeiro plano. Não só na Inglaterra, pois outros países, seguindo seu exemplo, iriam adotar o trabalho feminino na construção de aviões, navios, produções de armas e tantas outras atividades, civis ou militares. No começo, recorreu-se ao voluntariado, preferencialmente de mulheres solteiras, para não comprometer a harmonia do lar.

No entanto, o voluntariado não foi suficiente e, em 1941, o governo britânico promoveu o recrutamento de mulheres. Inicialmente, o alvo eram as mulheres solteiras, mas logo após, as casadas também começaram a ser recrutadas. Apenas mães com filhos menores de 14 anos estavam dispensadas de colaborar com o esforço de guerra. Em 1942, 6 milhões e 769 mil mulheres estavam envolvidas no esforço de guerra na Grã-Bretanha.

Já os países do EIXO, como Alemanha e Itália, resistiram à ideia de ter mulheres envolvidas no esforço de guerra. Nesses países, o número de mulheres que atuaram direta ou indiretamente na Segunda Guerra foi muito menor, principalmente na Alemanha.

O Canadá chegou a mobilizar 50.000 mulheres em suas forças armadas, chegando a representar 25% da mão de obra envolvida no esforço de guerra. Pela primeira vez na história daquele país, as mulheres tinham acesso às forças armadas. No mercado de trabalho formal, a participação feminina cresceu em média 89%, comparado a anos anteriores. Em 1944, o número de mulheres trabalhando era de 812 mil, das quais 261 mil trabalhavam nas fábricas de armamentos. Trinta por cento desse número trabalhava na indústria aeronáutica, sendo responsável pela produção de 16 mil aviões. Havia ainda o trabalho voluntário, que envolveu milhões de mulheres canadenses, organizadas em associações e clubes locais.

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A Força Aérea Canadense seria uma das primeiras a admitir as mulheres. Em julho de 1941, foi criada a Força Aérea Feminina Auxiliar do Canadá (CWAAF). Ainda naquele ano, o exército cria o Serviço Feminino Armado Canadense (CWAC). A Marinha seria a última a aceitar as mulheres em seu efetivo, em 1942, com a criação da Reserva Feminina da Marinha Real do Canadá (WARCNS).  As mulheres assumiam funções administrativas liberando, dessa forma, os homens para o front. Assim como as mulheres que ocupavam funções no mercado formal de trabalho, as militares também não recebiam uma remuneração igual à de seus pares do sexo masculino. A guerra elevou o valor social do trabalho feminino, mas as mulheres ainda recebiam os menores salários, executando a mesma atividade.

Em todos os países, muitas mulheres acabaram, de uma forma ou de outra, se envolvendo no esforço de guerra. Além de britânicas, canadenses e alemãs, nossos primeiros exemplos, vale a pena destacar ainda, em separado, a participação de brasileiras, norte-americanas e soviéticas.

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