Casas mal assombradas, espíritos assustadores, mortos-vivos, lobisomens, mulher de branco e tantos outros personagens que fazem parte de nosso imaginário povoaram as histórias enviadas pelos nossos leitores. Os vencedores foram: Maria de Fátima Oliveira Chaves e Georgette Silen (que não mandaram o endereço). As duas receberão um exemplar autografado novo livro de Mary del Priore, “Do Outro Lado – A História do Sobrenatural e do Espiritismo”, da Editora Planeta.
Parabéns aos vencedores e agradecimentos a todos os participantes!
De acordo com as regras, as histórias podiam ser pessoais ou fazer alusão a lendas ou “causos” populares. Confira:
História de Medo
Por Fátima Oliveira Chaves
Sou de uma pequena cidade do interior do Ceará. Quando criança, eu e minha família morávamos em uma casa grande e antiga, que, segundo alguns moradores, fora construída em um terreno onde funcionava um cemitério, no início do povoamento da cidade. Devido a isso, convivíamos com fenômenos estranhos e assustadores quase que diariamente.
Lembro-me de uma noite em que estava faltando energia e caia uma chuva muito forte acompanhada de relâmpagos e trovões. Eu e minha irmã estávamos no nosso quarto, bastante escuro por sinal, deitadas nas redes, conversando, quando algo começou a arranhar com as unhas as duas portas, começando de cima até embaixo, bem devagar. Arranhava uma e depois a outra. Minha irmã, pensando que era meu irmão, se levantou da rede e saiu silenciosamente para dar um flagra nele. De repente, ela soltou um grito de medo e pavor tão alto, que meu pai ouviu lá da calçada onde estava sentado e veio correndo para saber o que havia acontecido. Minha irmã contou toda a história e disse que quando abriu a porta do quarto havia uma criança muito branca, com cara de velho, que fitou-a por um momento, saiu correndo de quatro, como um macaco, e entrou na parede da cozinha.
A Maria Angula
Por Georgette Silen
Contam, lá pelas bandas do norte de Minas Gerais, que há muito tempo uma mulher chamada Maria Angula quis fazer uma surpresa para o marido: sopa de tripas, o prato favorito dele. No entanto, ela não tinha uma receita nem sabia o que deveria usar. Maria Angula então pediu a ajuda de Dona Quitéria, sua vizinha. Mas Quitéria nutria muita inveja pela vida boa que Maria Angula levava ao lado do esposo e, maldosamente, mandou que fosse ao cemitério e pegasse as tripas de um defunto fresco. Um ingrediente especial na preparação da comida, segundo ela.
Inocente como era, Maria Angula obedeceu. Fez a sopa com os miúdos do morto e o marido a comeu, deliciado. Naquela mesma noite, misteriosamente, Maria Angula desapareceu da cidade. No quarto do casal, havia uma trilha de pegadas de terra que se estendia até o cemitério.
E desde aquele dia, todos os moradores que passam pelos portões do campo santo, à meia-noite, podem ver Maria Angula. Ela está encostada às grades, estendendo os braços pelos vãos do metal, chamando os viventes com a voz triste: “Vem…”. Um som que hipnotiza.
Aqueles que se atrevem a atender ao chamado são encontrados mortos, com um grande furo na barriga e sem os intestinos. Os mais velhos dizem que essa é a maldição e o castigo do fantasma da Maria Angula: continuar a roubar as tripas, como em vida ela fizera. Eternamente.
Cemitérios e casas antigas são elementos importantes nas histórias de terror.
Foi um prazer ter participado do concurso, pena que não foi desta vez.
Teremos outros, Renata. Continue participando! Obrigada.
Pra mim foi assim uma grande surpresa e uma alegria imensa ver um “causo” que faz parte da história da minha vida ser escolhido e publucado.
Só tenho que agradecer e dizer que adoro seus livros Mary Del Priore.
Ótimo texto Fátima!
Muito feliz e honrada por ter uma história minha publicada no blog.
Obrigada, Mary Del Priore. Sou sua grande fã ^^