No programa Livros, da UNIVESP TV, a historiadora Rafaela Basso fala sobre sua obra A cultura alimentar paulista – Uma civilização do milho?. O livro é resultado de uma pesquisa que durou sete anos, na qual a autora abordou os hábitos alimentares paulistas no período colonial, entre os anos de 1650 e 1750, e a relação com a presença indígena.
O estudo levanta uma questão até então inédita na historiografia: o milho era de fato predominante na cultura alimentar paulista no período da colonização? A pesquisa partiu do fato de historiadores, ao tratarem da economia ou de aspectos culturais de São Paulo, terem sistematicamente se reportado ao milho como alimento predominante da época, apesar da documentação analisada por Basso silenciar essa informação.
Basso diz não ter encontrado na história colonial de São Paulo uma predominância do milho como alimento, contestando, portanto, essa visão histórica. Segundo a autora, o milho era mais importante para as expedições sertanistas por ser fácil de plantar, colher e transportar, mas nas áreas urbanas era alimento menos nobre e, por isso, menos importante. Assim, de acordo com Basso, o consumo do milho teve uma diferenciação social: por ser um produto banal, passou a ser consumido em situações de muita necessidade.
A pesquisadora identificou uma convivência do milho, no período, com outras plantas que compunham os hábitos alimentares dos portugueses e indígenas. O ponto de mudança dos hábitos alimentares dos paulistas se deu com a chegada dos imigrantes no século XIX. “Quando a situação propiciava, os colonos preferiam consumir alimentos que remetiam ao paladar lusitano, ao invés do indígena”, afirma. Ao lado do milho havia o consumo da mandioca, feijão, trigo, carnes de porco e gado.
Assista à entrevista:
https://www.youtube.com/watch?v=9eCpfJM8_QM
Jantar em uma casa brasileira, de Debret.
Fácil de resolver isso…
Exumar cadáveres da época e fazer o balanceamento dos isótopos de nitrogênio e carbono.
As gramíneas de metabolismo fotossintético C4 (como o milho) captam proporções diferentes de isótopos de nitrogênio e carbono de vegetais C3 que seriam as outras fontes.
Com isso sabe-se qual proporção direta de proteínas animais e vegetais na dieta e dos vegetais qual o balanço entre milho (C4 ) e outros vegetais.
Essa mania brasileira de só fazer pesquisa dentro da caixinha e triste.
Josué de Castro compartilhou dessa vibe….e o trabalho dele é excelente