Paranapiacaba: vila operária em tempo de escravidão

José Tadeu Arantes | Agência FAPESP – Construída para moradia dos funcionários da ferrovia São Paulo Railway, que ligava a região cafeicultora de Jundiaí ao porto de Santos, principal ponto de escoamento do produto, a Vila de Paranapiacaba foi, talvez, o primeiro núcleo de povoamento operário do Brasil. Encravada na Serra do Mar, a menos de 50 quilômetros da capital paulista, chegou a abrigar 5 mil trabalhadores assalariados no tempo de construção da ferrovia e um número menor no período posterior. A linha férrea foi inaugurada em 1867.

O livro A arqueologia da São Paulo Oitocentista: Paranapiacaba, da arqueóloga Cláudia Regina Plens, professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), descreve a estrutura da vila e a vida cotidiana de seus habitantes, bem como o papel da rede ferroviária que lhe deu origem na expansão do sistema capitalista no Brasil.

Escrito a partir de dados levantados em uma pesquisa de campo apoiada pela FAPESP, o livro também contou com o suporte da Fundação para publicação.

Plens, que tem concentrado seu esforço de pesquisa no campo da arqueologia brasileira [para mais informações acesse http://agencia.fapesp.br/23383/], recorreu neste livro às ideias do filósofo francês Michel Foucault (1926 – 1984) para explicar como os ingleses, à testa da construção da ferrovia, implantaram em Paranapiacaba um modelo ordenado e sistemático de sociedade, em consonância com o paradigma higienista do século XIX.

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Leia a reportagem completa na Agência Fapesp.

 

Livro descreve a estrutura urbana e o modo de vida no povoamento surgido em função da São Paulo Railway, ferrovia administrada pelos ingleses que escoava o café paulista para o Porto de Santos (foto: Wikimedia Commons)

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