Chega o fim do ano e começamos a nos preparar para um período de festas, com direito a muita comida, bebida e consumismo. Será que as coisas eram diferentes no passado? Nos tempos coloniais, apesar dos esforços da Igreja, os excessos também davam o tom das comemorações.
Nos séculos XVII e XVIII, havia um calendário oficial de datas festivas, que podiam ter caráter religioso ou político. Os nascimentos de príncipes e princesas, os casamentos da nobreza, e até as mortes de figuras ilustres – tanto do Brasil quanto de Portugal – eram bons motivos para festança. No âmbito religioso, Páscoa (na verdade toda a Semana Santa), Natal e os dias dedicados aos santos eram as datas mais comemoradas.
A festa seguia um determinado roteiro: missas, novenas, procissões, fogos, bailes e muita comilança. Em um ambiente extremamente pobre em atividades sociais e culturais, estas ocasiões tinham grande importância para a população em geral. As festanças eram ainda uma ótima oportunidade para que homens e mulheres desfilassem com suas roupas mais luxuosas e bonitas. Nestas ocasiões, as pessoas podiam exibir os melhores tecidos, bordados, joias e todos os adereços possíveis. As irmandades se preparavam com antecedência para mostrar todos seus associados devidamente paramentados: havia competição entre os grupos para ver quem ostentava maior riqueza.
Na véspera de Natal, os mais ricos tinham o hábito de organizar bailes e reuniões em suas propriedades. Os escravos também eram liberados para seus festejos: as danças “africanas” atraíam a curiosidade dos brancos. Os “folguedos honestos”, como definia o jesuíta Antonil, eram tolerados para diminuir a revolta e a insatisfação dos cativos. O dia de Natal era reservado para encontros familiares e para visitas aos parentes e amigos mais chegados.
Por mais religiosa que fosse a festa, os aspectos pagãos e populares marcavam presença. A Igreja tentava, geralmente em vão, normatizar esses eventos em que as pessoas costumavam cometer todos os tipos de excessos: de comida e bebida, danças, sexo. E mais uma vez, a ostentação era um dos elementos centrais do espetáculo. – Márcia Pinna Raspanti
Irmandade de negros, Debret, e a aclamação de D. João VI.
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O Príncipe Regente Dom João não foi coroado. Foi apenas aclamado. Aliás, nenhum monarca da dinastia de Bragança foi e seria – caso a monarquia fosse restaurada em Portugal – coroado. A coroa, durante toda a cerimônia de aclamação, fica sobre uma almofada, ao lado do monarca. Na concepção deles, Braganças, somente Nossa Senhora pode usar a coroa do Reino de Portugal. Por isso não há quadros ou desenhos de monarcas dessa dinastia usando coroa.
Você está certo, já corrigi a legenda. Desculpe a distração. Devo lembrar, porém, que a imagem é apenas ilustrativa e foi colocada para se ter uma ideia de como as festas eram realizadas na época. O Brasil realmente deixou de ser colônia em 16 de dezembro de 1815, com a elevação a Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves. Mas nem sequer abordamos tal assunto no texto, a ideia é mostrar a participação das diversas camadas na sociedade nos festejos de então.