A História da Maconha no Brasil

Cânhamo, cannabis, bangue, bengue, erva, haxixe, pito de pango, riamba, diamba, bagulho, marijuana, angola – a maconha teve diversos nomes e usos ao longo da História. Conhecida pelas suas propriedades medicinais desde a Antiguidade, a erva se tornou muito popular devido a suas fibras (usadas na fabricação de cordas e tecidos resistentes) e pelo seu efeito “recreativo”. A cannabis não era conhecida pelos nativos das Américas. O canabismo ficou associado aos escravos e colonos mais pobres, geralmente de forma negativa. Polêmicas sempre cercaram essa plantinha cheia de curiosidades.

“A História da Maconha no Brasil”, de Jean Marcel de Carvalho França, traça os caminhos percorridos pela Cannabis sativa no país, desde que, por volta de 1770, o vice-rei ordenou que se cultivasse o cânhamo para a produção de cordas e velas navais. O empreendimento não deu certo, mas, por todo o Brasil, prosperou o cultivo da planta para uso recreativo – aqui introduzido por marinheiros portugueses, conhecedores e consumidores do bangue da Índia, e por escravos africanos, herdeiros do gosto pelo haxixe dos povos da Península Arábica. No começo do século XX, ações severas de criminalização do canabismo ganharam corpo no Brasil. Gradativamente, porém, o outrora denominado “ópio do pobre” começou a se espalhar pelas classes sociais mais abastadas e acabou se transformando em instrumento de contestação social. Para o autor, a sociedade vem deixando de considerar o canabismo um vício maldito para passar a encará-lo como um hábito privado e socialmente aceitável e a enxergar na Cannabis uma planta repleta de potencialidades econômicas.

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  1. Pedro Luiz Santos

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