Liberdade ou morte

 Harriet Tubman, a ex-escrava e ativista que libertou mais de 300 cativosPor Marcus Lopes.

     A partir de 2020, os americanos devem carregar no bolso um dos maiores símbolos da luta contra a escravidão e pelos direitos femininos nos Estados Unidos. Em abril deste ano, a Secretaria do Tesouro Americano anunciou mudanças numa cédula. A ex-escrava e ativista feminista Harriet Tubman passará a estampar a nota de 20 dólares, em substituição ao ex-presidente Andrew Jackson.
          Além de ser homenagem a uma das heroínas da história norte-americana, Jackson, sétimo presidente dos EUA, que governou o país entre 1829 e 1837, tem contra si o curioso fato de que não gostava do uso do papel-moeda, preferindo que as transações financeiras em sua época fossem feitas com ouro e prata. Além disso, era a favor da escravidão e exerceu papel importante no confisco de territórios indígenas no seu país. No novo modelo, seu retrato deve migrar para a parte de trás da cédula.
       Mas quem foi Harriet Tubman? Seu papel na história pode ser comparado ao exercido pelo líder quilombola Zumbi dos Palmares no Brasil: defesa contumaz dos negros africanos escravizados e seus descendentes. Entre 1850 e 1860 ela foi responsável pela fuga de centenas de escravos das fazendas do sul dos Estados Unidos rumo ao norte do país, onde não havia escravidão, e ao Canadá. As expedições eram feitas através da Underground Railroad (estrada de ferro subterrânea, em tradução livre), uma intrincada e complexa rota de fuga com diversos caminhos criada pelos abolicionistas para resgatar os negros cativos americanos, em especial nos estados do sul que adotaram o sistema de monocultura e a escravidão de negros africanos de forma mais sistêmica, como Alabama, Louisiana, Geórgia e Mississippi.
      Tubman nasceu no condado de Dorchester, localizado no pequeno estado de Maryland, na costa leste, em 1820. Como os escravos não recebiam certidão de nascimento, a própria Harriet não sabia com precisão o dia em que nasceu. Da mesma maneira permaneceu analfabeta a vida toda, já que os escravos também não tinham direito a aprender a ler e escrever. Por isso, apesar da sua importância, não há sequer um documento escrito de próprio punho. Isso não a impediu, porém, de fazer discursos contundentes em defesa do sufrágio feminino, o que enriquece sua biografia como uma das pioneiras dos direitos civis das mulheres do seu país.
       Quinta criança dos nove filhos de Harriet Green e Ben Ross, seu nome de batismo era Araminta, ou apenas “Minty”, para a família. Desde cedo sofreu os horrores da escravidão. Os primeiros castigos, lembrados por ela décadas mais tarde, ocorreram aos 5 anos de idade, quando foi cedida pelo seu dono, o fazendeiro Edward Brodess, para cuidar de uma criança na casa grande de uma fazenda vizinha.
Confira a reportagem completa da Revista Aventuras na História:
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