“Ao Sul do Corpo”, de Mary del Priore, trata da história da mulher no período colonial, com base em documentos e fontes impressas entre os séculos XVI e XVIII. A obra aborda o papel das mulheres nessa sociedade em formação, que tinha funções muito definidas para o gênero feminino, buscando o enquadramento da sua sexualidade. Como nos diz a autora:
“A história do adestramento feminino no interior da ética procriativa e do casamento foi também o percurso da vitimização da mulher. Submetida a um controle sexual permanente por parte da Igreja e da medicina, havia ainda que enfrentar os rígidos códigos sociais que incentivavam a fecundidade e reprimiam a esterilidade. Empurradas por tal ética, desprovidas de contraceptivos eficientes, crentes no lema de que ‘os filhos eram a riqueza do pobre’, as mulheres curvavam-se aos deveres sexuais e eram vítimas de partos e gestações muitas vezes fatais”.
Mary nos conta um pouco de como era ser mãe naqueles tempos, de como as mulheres se preparavam para o parto, cuidavam de seus filhos e se encaixavam ou não no papel da “santa mãezinha” idealizado pela sociedade da época. Em uma terra de uniões passageiras, onde os homens estavam sempre em movimento, em busca de riquezas e novas paisagens, as mulheres, principalmente as mais pobres, enfrentavam a solidão e o abandono.
Tudo que fosse ligado à sexualidade feminina era cercado de mistérios e pecados: o útero, a menstruação, o leite, o parto, as doenças “da madre”. Enfim, “Ao Sul do Corpo” (Editora Unesp, 2009) nos permite entender melhor o universo das mulheres da época.
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