A intimidade de uma imperatriz

O livro  “A Biografia  Íntima de Leopoldina”, de Marsilio Cassotti (Editora Planeta, 2014) traz algumas informações interessantes sobre aspectos privados da vida da imperatriz, além de detalhes a respeito da participação dela no processo de independência. Vejamos alguns trechos. O primeiro deles é referente à noite de núpcias com D. Pedro, que parece que tinha mesmo um grande apetite sexual, o que teria incomodado a jovem austríaca:

 

 

“Terminada sua recepção (de Leopoldina), os Bragança
acompanharam o casal principesco
até o Palácio de São Cristóvão, em
cujos aposentos, segundo palavras de
uma servidora austríaca de Leopoldina,
“eu fui obrigada a despi-la, deitá-la
na cama e esperar que o príncipe se
pusesse a seu lado no leito. Então, felizmente,
permitiram-me sair”.
A arquiduquesa narraria a sua
irmã Luisa que havia se despido ao
lado de seu marido, assistido na tarefa
pelo rei dom João VI e o infante
dom Miguel. No dia seguinte, o “querido
esposo, que não me deixou dormir
a noite toda”, parecia à Leopoldina
“não somente belo, mas também
bom e sensato”. Setenta e duas horas
mais tarde, a princesa também daria
conta a sua irmã da irrefreável energia
sexual do príncipe, comentando
que “passei alguns dias bem difíceis,
pois estava de mau humor desde as 7
da manhã até as 2 da madrugada, e,
além disso, meu amado esposo não
me deixava dormir, até que eu lhe disse
que estava abatida”.
        Outra parte que me chamou atenção narra como Leopoldina teria lidado com o mau humor e a rudeza do marido, além de suas traições que já teriam começado em plena lua de mel quando ele visitava Noémi Thierry, uma atriz francesa por quem havia se apaixonado antes da chegada da esposa.

Vejamos o que ela conta a irmã Luísa, pedindo discrição:

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“com toda a franqueza (Pedro) diz tudo que
pensa, e isso às vezes com certa brutalidade”.
“Acostumado a executar
sempre sua vontade, todos devem se
adequar a ele. Até eu sou obrigada a
aceitar algumas respostas ácidas.
Mas, vendo que algo me feriu, ele
chora comigo. Apesar de toda sua
violência e de seu modo particular
de pensar, tenho certeza de que me
ama ternamente.”
E sobre o escandaloso caso de amor de D. Pedro com Domitila, a marquesa de Santos:
“aqui [no Rio], infelizmente,
tudo vai mal, pois, falando
sinceramente, mulheres infames
iguais a uma Pompadour ou uma
Maintenon, e até mesmo piores, vista
sua falta de educação […] governam
tudo, e a Santa Ignorância governa
tudo, e os outros devem se
calar. Resta somente uma grande
solidão e o desejo cada vez mais [forte]
de ficar livre e tranquila”.
– Confira o artigo completo do autor Marsilio Cassotti para a revista Aventuras na História no link abaixo:
SAIBA MAIS:
– Sobre o triângulo amoroso formado por D. Pedro, Leopoldina e Domitila, leia também “A Carne e o Sangue”, de Mary del Priore (editora Rocco, 2012).
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Divulgação.

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