Oposição sagrada

É muito interessante observar que, nos últimos momentos do Império, as elites e as instituições mais tradicionais – proprietários de terras, exército e Igreja – se afastaram do regime. Enquanto a população mais pobre, formada principalmente por ex-escravos, dava demonstrações de seu apoio.

A Abolição justifica a súbita popularidade da monarquia junto ao povo, e também explica a sua rejeição pela elite agrária. Convém destacar que o projeto republicano não era necessariamente abolicionista. Ao contrário, muitos líderes republicanos achavam viável, e até desejável, a implantação de uma república escravista. 

Como já foi mencionado anteriormente, o exército estava descontente com a falta de prestígio e temia ser desmantelado e enfraquecido com o fim da Guerra do Paraguai. Muita gente questionava a necessidade de manter tropas organizadas e dispendiosas em tempos de paz. E a Igreja? Qual a razão de sua rebeldia? Não seria de se esperar que os religiosos apoiassem o regime?

A história começou com próprio D. Pedro II: para livrar-se da participação política dos padres – era notório o envolvimento deles em muitas revoltas -, ele promoveu os bispos que seguiam a linha papista ultramontana. Extremamente conservadores, estes religiosos não se comportaram como o imperador esperava, declarando guerra aberta aos maçons.

Estava criado mais um grave problema para o velho monarca, já que os maçons ocupavam postos importantes no governo, no Senado e na elite da época. A confusão ficou mais grave quando dois bispos, Dom Vital Maria e D. Macedo Costa, foram presos e condenados a quatro anos de trabalhos forçados por baterem de frente com os poderosos membros da maçonaria. Surgia assim, mais um foco influente de ataques à monarquia.- Márcia Pinna Raspanti.

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Os dois lados da disputa: Dom Vital, bispo de Olinda, e o Barão do Rio Branco, que era um dos poderosos membros da maçonaria. 

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