O medo da mulher insaciável

           Nos finais do século 19, o domínio da sexualidade feminina era sempre da “outra”, da “mulher bonita”, da cortesã ou… da louca, da histérica. Os estudos sobre a doença mental, monopólio dos alienistas, e a criação da cadeira de clínica psiquiátrica nos cursos da faculdade de medicina, desde 1879, acabaram por consagrar a ética do bom e do mau comportamento sexual. Esses eram tempos em que médicos importantes, como o doutor Vicente Maia, examinavam mulheres cujas infidelidades ou amores múltiplos se distanciavam da ordem e da higiene desejada pela ordem burguesa que se instalara nos centros urbanos.

          Fichas médicas abundam em informações sobre o ciclo menstrual, a vivacidade precoce, a linguagem livre de certas pacientes associando tais “sintomas” a distúrbios psiquiátricos. Distúrbios uterinos podiam estar relacionados com ataques epiléticos e mesmo crimes de morte. Os médicos começavam a delinear o perfil do que chamavam a “mulher histérica”, tendo se tornado moda, entre as de elite, “ataques” quando da saída de um enterro ou da chegada de uma notícia ruim.

Confira o artigo completo de Mary del Priore na revista Aventuras na História:

O medo da mulher insaciável

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Crédito: Hafaell

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  1. Heloisa

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