Cachorros: os novos inimigos públicos?

André Forastieri, do Portal R7, conseguiu irritar muita gente com o artigo “Você é burro e seu cachorro é porco”. Tomado por um incompreensível ódio pelos brasileiros e pelos animais, o jornalista reclamou da falta de educação donos de cachorro locais, afirmando que o Brasil é o segundo país com o maior número de cães do mundo (37 milhões). Depois, disse que “nem ciclista bate dono de cachorro em arrogância”.

Confesso que as imagens escolhidas para ilustrar o texto me causaram profundo mal-estar, e achei seus argumentos um tanto toscos. Sim, é verdade, que há muita gente mal educada que não recolhe os dejetos de seus animais. Mas, isso não significa que todos o fazem, nem que ter um cachorro torna alguém “folgado” (?). Infelizmente, ainda há pouco respeito pelo espaço público, de maneira geral, e muitos cidadãos ainda jogam lixo e toda sorte de porcarias pelas ruas. É necessário que haja maior conscientização da população (a Prefeitura de São Paulo estuda multar quem insistir nestas práticas). Agora, um discurso de ódio em relação aos cachorros e seus donos me parece um tanto ridículo…

Ao longo da História, os cães e os homens foram quase sempre parceiros. “O cachorro desempenha tantas e tão diversificadas funções: late à noite, vigia residências, fareja drogas, guia cegos, busca o jornal, faz anúncios para a televisão e, é bom não esquecer, foi pioneiro nas viagens espaciais. É graças a essa formidável colaboração que marcou tanto nossa vida. Hoje, deixaram para trás a imagem de lutadores aguerridos que enfrentavam, nas arenas romanas, ursos e leões ou, nas feiras medievais, touros e bois bravos. Pinturas na Espanha comprovam que sua domesticação teria ocorrido há cerca de 10 mil anos. Escavações arqueológicas revelam que eram enterrados junto com seus donos e, entre o Egito e a Grécia, os cultos ao deus Chacal e a Argos — o cão de Ulisses — comprovam a fecundidade das representações sobre a ligação homem/cão”, conta Mary del Priore.

Ver mais  Feliz Ano Novo! Mais respeito para todos nós.

Infelizmente, vivemos em uma época em que criar falsas polêmicas se tornou rotina na mídia. Atacar os outros, fomentar o ódio e o preconceito, acabam trazendo uma certa popularidade aos autores. E, desta vez, sobrou para os cachorros…Será que não há tema mais relevante para ser discutido que rancores e antipatias pessoais? – Márcia Pinna Raspanti.

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Nem os animais são poupados do discurso de ódio…

13 Comentários

  1. q
    • Kitty
  2. Alex
  3. Alex
  4. Duilio
  5. ismael machado
  6. ismael machado

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