A situação do Rio de Janeiro, no início do século XX, era precária. A população sofria com a falta de um sistema eficiente de saneamento básico, sendo vitimada por várias epidemias, entre elas, febre amarela e varíola.Preocupado com esta situação, o então presidente Rodrigues Alves colocou em prática um projeto de saneamento básico e reurbanização do centro da cidade. O médico e sanitarista Oswaldo Cruz foi designado pelo presidente para ser o chefe do Departamento Nacional de Saúde Pública, com o objetivo de melhorar as condições sanitárias da cidade.
A campanha de vacinação obrigatória é colocada em prática em novembro de 1904. Embora seu objetivo fosse positivo, ela foi aplicada de forma autoritária e violenta. Em alguns casos, os agentes sanitários invadiam as casas e vacinavam as pessoas à força, provocando revolta nas pessoas. Essa recusa em ser vacinado acontecia, pois grande parte das pessoas não tinha informações sobre o procedimento e suas consequências.
A revolta popular aumentava a cada dia, impulsionada também pela crise econômica (desemprego, inflação e alto custo de vida) e a reforma urbana que retirou a população pobre do centro da cidade, derrubando vários cortiços e outros tipos de habitações mais simples.
Estoura um levante envolvendo milhares de pessoas, que deixou como saldo 23 mortos e 90 feridos, tomou conta da capital republicana. O motivo dos revoltosos: protestar contra a vacinação antivaríola obrigatória. Uma vez mais, o levante popular apresenta características ambíguas, sendo ao mesmo tempo uma manifestação contra a pobreza urbana – o movimento ocorre após alguns anos de crise econômica no Rio de Janeiro – e uma resistência aos projetos autoritários liderados por higienistas que subestimavam os temores populares de um possível contágio com outras doenças, como a sífilis, ou que a vacina em si fosse um meio de propagação da varíola.
Em 16 de novembro de 1904, o presidente Rodrigues Alves revoga a lei da vacinação obrigatória, colocando nas ruas o exército, a marinha e a polícia para acabar com os tumultos.
Baseado em “Uma Breve História do Brasil”, de Mary del Priore e renato Venancio.
Charge de “O Malho” sobre a Revolta da Vacina.
Na pressa alguns erros ortograficos. Corrigindo: cometendo e objetivo.
A Revolta aconteceu por motivos políticos, tendo a frente Vicente de Souza, presidente da Liga Operária e o militar Lauro Sodré. A disputa era pelo poder, derrubar o presidente Rodrigues Alves e garantir a volta dos militares. A vacina foi somente o mote que os agitadores encontraram para o povo se rebelar: os panfletos distribuidos nas casas dizendo que os policiais iriam levantar as saias das esposas e filhas para vacinar foi o estopim. Do lado do povo a revolta foi muito mais por uma questão de moral. Esta visão distorcida da História vem sendo repetida exaustivamente e comentendo uma grande injustiça com Oswaldo Cruz, um verdadeiro herói nacional.
Lembrando ainda que métodos violentos foram usados em outros paises onde houve resistência como Cuba e Filipinas. O obejtivo era nobre: milhares de pessoas, sobretudo os mais pobres morriam todos os anos.
Os Bestializados. José Murilo de Carvalho.