Dentre os manuscritos da época, a Fundação Biblioteca Nacional descobriu uma carta escrita por Leopoldina para um tia distante, onde a imperatriz descrevia sua preocupação com o futuro do Brasil e dava sinais de que a independência seria inevitável.
“Minha muito querida tia,
Confio que, em sua bondade infinita, irá me perdoar por minha incomparável demora ao escrever; mas asseguro, minha amada tia, que as tristes circunstâncias nas quais o espírito de independência geral nos mergulhou me tornaram incapaz de um pensamento agradável que me torne capaz de expressar os ternos e vivos sentimentos que meu coração lhe dedica; eu me encontro inteiramente melancólica e minha única consolação é ver contentes minha querida tia e minha bem-amada família.
A Marquesa de Angeja me deu muitos detalhes acerca do que concerne a você, cara tia. Acho que ela ficou impaciente com a quantidade de perguntas e particularidades que lhe indaguei. É uma pessoa muito amável. Invejo a sorte que ela tem de vê-la tão frequentemente, cara tia; uma sorte da qual, infelizmente, nunca poderei me vangloriar.
Nós estamos em perfeita saúde, minhas filhas são muito vivas e gentis, minha pequena Maria tem muita graça e palavras encantadoras, que muito me divertem. Sua educação é atualmente minha ocupação favorita e meu mais doce dever, minhas horas livres eu ocupo lendo bastante, atualmente sobre as repúblicas italianas da Idade Média, por (ilegível), é a obra em que encontro mais o espírito de (ilegível).
Beijo suas mãos com os mais ternos e respeitosos sentimentos que me honro de possuir,
Minha bem-amada tia,
Sua muito obediente sobrinha
Leopoldina”.
Cristóvão, 20 de julho de 1821.
Apresento minhas saudações a meu tio e ternos beijos a seus amáveis filhos.
Fonte: FBN
Pessoa admirável a nossa princesa imperial Leopoldina. Mulher culta, educada e amada pelo povo brasileiro tanto pela modéstia como pela humildade que tinha para com os pobres. Infelizmente, não teve tratamento à altura por D Pedro I. Pedro que teve educação falha reconhecia que a esposa fora educada e melhor preparada que ele para assumir o papel que cabia a uma princesa européia.
O Museu de Arte do Rio, na Praça Mauá, esta com uma esposição sobre a Princesa Leopoldina, e fala justamente sobre essa falta de reconhecimento. Vale a pena conferir.
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