Um retrato de Isabel

Em “O Castelo de Papel”, Mary del Priore detalha a vida da princesa Isabel e do Conde D’Eu, mostrando sua intimidade, seu relacionamento com o Imperador e com a política. A seguir, um trecho do livro em que a autora nos apresenta a imagem da herdeira do trono à época da proclamação da República:

“Segundo a imprensa, a princesa não tinha as ‘forças necessárias para governar o país, faltando-lhe também, ‘a graça nas maneiras e a distinção nos menores atos’. Seria mais ‘Bragança que Bourbon’. A repercussão de suas regências foi inócua. ‘Não fora feliz no seu governo’. O único uso que fez do poder, a assinatura da Lei Áurea, apenas serviu para unir o Norte e o Sul numa ‘explosão de rancor’, como definiu Joaquim Nabuco. Os hábitos de infância modelaram não uma política, mas uma excelente mãe, esposa e dona de casa. Como, aliás, as mulheres de elite de então. Vivia num outro século, impregnada de teologia e espiritualidade, imbuída de um sistema de valores que tinha sua lógica e suas qualidades, mas que, no final do século XIX, parecia absolutamente anacrônico.

Sua fidelidade à Igreja católica era interpretada como reflexo de ‘alguém cheio de crendices e abusões – como uma africana fetichista, supersticiosa, mais do que isso carola’, diziam os jornais republicanos. (…) Depois, havia a predileção mal disfarçada de D. Pedro pelo neto Pedro Augusto. A imobilidade do imperador fez muitos acreditarem que a sucessão seria de Pedro III. As tensões entre Isabel e o sobrinho eram enormes. O grupo de ‘pedristas’ aproveitava e cabalava. Acreditava numa passagem menos radical em direção à República. Um jovem imperador que depois virasse presidente. Isso sim agradava a grupos dentro e fora do exército”.

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