Resultado do desafio: ganhe um exemplar autografado de “O Príncipe Maldito”

Recebemos muitos textos interessantes, criativos e alguns bastante divertidos sobre como teria sido a última noite de D. Pedro II, antes da proclamação da República. Obrigada a todos que participaram. Infelizmente, tivemos de escolher apenas um. Outros desafios virão e esperamos contar com a participação de todos.

A vencedora é Bárbara Diniz Gonçalves, de Santo André, São Paulo. Parabéns. Seu livro já está a caminho, pelos Correios.

Segue o material enviado por ela – lembrem-se que é um texto ficcional:

“Era noite. O palácio de São Cristóvão via-se encoberto por uma imensa abóbada de escuridão, densa e pegajosa, na qual cintilavam escassas estrelas. Semelhante escuridão era a refletida aos olhos do homem à janela. Olhos tão azuis quanto o Oceano Atlântico que o fariam atravessar num caminho sem volta, e tão sombrios quanto um abismo por onde despencavam as últimas visões do país que tanto amava. Dom Pedro II, o monarca dos trópicos, entregou-se a humanas lembranças, temores e pesares naquele 14 de novembro, deixando que esses seus olhos ancorassem a penumbra do Paço Imperial. Escolhera, afinal, uma agonizante espera ao invés das prováveis desastrosas notícias. Exílio. O que seria pior que a ingratidão de seus patrícios? Embora não alheio à ameaça do movimento republicano, alimentava ainda a esperança de que permanecesse governante das terras tropicais. Não estariam todos malucos, afinal. Ou estariam? Confiava em Deodoro e na fidelidade de seu Brasil… Fechou a janela, apagou as luzes e deitou-se, não antes de sentir a brisa suave que lhe pareceu predizer mudanças. Não dormiu. Enquanto o torpor da escuridão se desfazia, viu delinearem-se os contornos de suas dúvidas. As respostas, porém, não tomaram forma. Obstinado, o tempo avançou como avançavam as passadas da escuridão. Passadas que transformariam irremediavelmente os rumos dos majestáticos olhos azuis”.

Bárbara D. Gonçalves

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6 Comentários

  1. Guilherme Manhães
  2. Bárbara Diniz
  3. Osvaldo Guarilha

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