A cerimônia de abertura das Olimpíadas 2016 causou uma polêmica inesperada: quem foi o inventor do avião? A festa fez referência ao 14-Bis, com o qual Alberto Santos Dumont voou 60 metros pelo Campo de Bagatelle, em Paris, no dia 23 de outubro de 1906. Ele já era conhecido como o criador do primeiro balão-dirigível do mundo. Isso bastou para que os norte-americanos começassem a ironizar essa versão da história pelo Twitter e nas transmissões de TV.
A controvérsia é antiga. Três anos antes do voo do 14-Bis, em 1903, os irmãos Wilbur e Orville Wright, dos Estados Unidos, voaram 260 metros, na Carolina do Norte. O problema é que eles não tiveram testemunhas e relataram o ocorrido por telegrama. Até hoje, não há uma versão definitiva, e reconhecida internacionalmente, para a paternidade da aviação. No Brasil e na França, Santos Dumont é considerado o “pai da aviação”. Isso tudo agitou as redes sociais, com defensores da versão brasileira e da estadunidense. Mais uma guerra de memes. O humor tem dado o tom da disputa, por enquanto.
Aproveitamos para homenagear o inventor brasileiro. Com a herança deixada pelo pai, Henrique Dumont, Santos Dumont pôde construir balões e aviões, pilotar motos e automóveis, sendo um assíduo frequentador das festas e eventos sociais da alta sociedade parisiense. Ousado, vivia cercado por amigos e admiradores. Ele estava sempre impecavelmente trajado, mesmo quando trabalhava com motores ou madeira. Seu guarda-roupa era formado por ternos riscas de giz, camisas de colarinho alto e engomado, sapatos com salto (artifícios para parecer mais alto) e chapéu com a aba abaixada. O modelo Panamá era um de seus preferidos. O seu estilo era um exemplo perfeito do que estava em voga na Belle Époque, na capital francesa.
O brasileiro ajudou ainda na criação de um acessório que se tornaria popular até os dias de hoje. Conta-se que em uma recepção no restaurante Maxim’s, em 1904, comentou com o amigo Louis Cartier que, em pleno voo, era difícil pegar o relógio para cronometrar o tempo. Cartier mandou fazer um protótipo que pudesse ser usado no pulso e o batizou de “modelo Santos”. O apetrecho não foi, entretanto, uma inovação absoluta do inventor, já que algumas mulheres já usavam o relógio no pulso, mas sem sentido prático, apenas como se fosse uma joia.
Apesar de ter conseguido fama e reconhecimento, Alberto Santos Dumont suicidou-se em 23 de julho de 1932, no banheiro do Grand Hôtel de La Plage, no Guarujá, litoral paulista. Há controvérsias sobre o material utilizado como corda: o cinto do roupão ou uma gravata. Tinha apenas 59 anos e acredita-se que sofria de depressão crônica. Um triste fim para uma figura histórica tão fascinante…
Enfim, para os brasileiros, mesmo com toda a controvérsia, Alberto Santos Dumont será sempre carinhosamente lembrado como o “pai da aviação”!
- Texto de Márcia Pinna Raspanti.
Dumont e o 14 BIS (Arquivo).
Eles ajudaram no funcionamento da catapulta, quem conseguiu colocar um avião no céu sem ajuda de “acessórios” foi ALBERTO SANTOS DUMONT o grande pai da aviação. Aceitar dói menos, aliais quando tive olimpíada aí vocês tentam convencer que quem pilotou um avião primeiro foi os “Irmãos Wrong”
Quer dizer que além de ter sido catapultado (não teve a autonomia de sair do chão e voltar ao chão ) ainda não teve testemunhas?kkkkkkkk