Em meio a um período de turbulências, D. Pedro I retornava a Portugal, para retomar a coroa em nome da filha Maria da Glória. Como herdeiro do trono brasileiro, ficava seu filho de apenas seis anos, o futuro imperador D. Pedro II. Órfão e sozinho, o menino passou a receber uma educação muito rigorosa: estudos, exercícios físicos e disciplina. Aos 14 anos, o jovem foi levado a assumir o poder, para acalmar os ânimos políticos. Assim, começavam os 49 anos de reinado de um dos mais interessantes personagens da nossa história. Era um homem tímido, teimoso, centralizador, amante das letras e das ciências, porém, muito hábil politicamente.
O imperador soube manter o frágil equilíbrio de forças de então, exercendo o Poder Moderador de forma incisiva. Enfrentou algumas questões espinhosas que acabaram por lhe custar a coroa: a abolição da escravidão (1888) e a Guerra do Paraguai (1865-1870). Cansado e desiludido, foi traído pelos mais próximos e obrigado a deixar o país, em exílio, para a chegada da República (1889). O povo mais pobre chorou a sua partida. Ele aceitou, amargurado, a derrota: nunca se envolveu em planos para retomar o trono.
Na vida pessoal, D. Pedro II viveu um casamento sem amor, como era esperado de um homem na sua posição. A imperatriz Teresa Cristina era pouco atraente, além de intelectualmente simples, submissa e avessa aos temas políticos. Dizia-se que era uma mulher bondosa. Ele teve suas amantes. A paixão veio com a Condessa de Barral, uma mulher alegre, inteligente e que sabia circular pelos melhores salões da Europa. Foi, sobretudo, um apaixonado pelo Brasil. Nunca censurou um jornal ou pasquim, mesmo quando estes eram cruéis e implacáveis com a família imperial. Tinha muito da mãe, D. Leopoldina, de quem herdou o gosto pelas leituras e uma indisfarçável melancolia.
Morreu em 5 de dezembro de 1891, em Paris, quando recebeu todas as honras e a pompa de um estadista. Logo ele, que detestava cerimônias públicas. Foi enterrado com um punhado de terra brasileira sob a cabeça, como era seu desejo. – Márcia Pinna Raspanti
D. Pedro II em dois momentos: aos 14 anos e, já idoso, com a família.
Assim como seu pai, que renunciou ao poder sem luta civil, Dom Pedro II, possuía amor a pátria e desapego ao poder, bem diferente de presidentes que temos na nossa história. Devemos recordar que Dom Pedro II havia sofrido um atentado praticado por um português republicano.
Ele nunca lutou para se manter no poder não porque estava idoso, ele não lutaria nem se fosse jovem, ele não se sentia dono da nação.
Eis um texto extremamente positivista. Os pobres choraram pela partida de D. Pedro II? Quem escreveu isso? Ah, deixe-me adivinhar: Um positivista igual ao autor desse texto.
Não me considero nenhum pouco “positivista” e não consigo entender em que se baseia a sua afirmação. Basta ler um pouco de história da época para saber que D. Pedro II era querido por boa parte da população, principalmente os ex-escravos e parte da elite também, apesar das divergências políticas. Não se trata de defender ou atacar o imperador, apenas de mostrar os diferentes aspectos de uma personalidade histórica tão importante. Uma ótima leitura a respeito da vida de D. Pedro II é a biografia de José Murilo de Carvalho, em que ele mostra um pouco da relação do monarca com a população e com as elites.
Precisa rever a história de verdadeiros historiadores, não manter essa mentalidade que os republicanos e militares meteram na cabeça dos estudantes do fim do Século dezenove e ainda continua nos dias atuais. Mas se você renovar seu conhecimento da história Monárquica vai encontrar a verdade.
D. Pedro II foi, de fato, uma pessoa muito interessante. Nunca houve, e dificilmente haverá, um homem público como ele: inteligente, culto, digno, decente.
Considerando a enorme bagagem cultural que você tem, gostaria que que me respondesse a uma pergunta: O Brasil seria melhor se ainda fosse uma Monarquia? Ou a República, mesmo nascendo de um golpe, foi o melhor caminho?
Isso não há como responder. Acho que não foi nem o melhor, nem o pior caminho: acho que foi o que aconteceu. Teria sido diferente? Teria sido melhor? Nunca saberemos, só podemos especular. A situação do Império, entretanto, era muito delicada e D. Pedro II enfrentava sérios problemas de saúde.
Acho que a monarquia no Brasil dificilmente teria sobrevivido até hoje. Se tivesse chegado até o fim do período do café com leite, como teria sobrevivido as transformações trazidas pelos anos 20 e 30 ??? Como teria sobrevivido ao período dos sucessivos golpes militares que povoaram a América Latina ao longo do século XX (que não poupou nem regimes parlamentares consolidados como o do Chile) ?Como teria sobrevivido ao desmoronamento das mais prestigiosas monarquias europeias após a 1ª guerra ? Como sobreviveria ao período de modernização industrial, à polarização política da década de 60 ??? Ao golpe militar de 64 ?? Gosto e tenho orgulho de termos sido uma monarquia com todo o glamour que esse regime traz. De termos tido príncipes (e ainda termos) de linhagem com pedigree tão ou mais apurado que os Windsor, os Romanovs, os Habsburgos, os Bourbons etc. Acho que isso nos torna, na América, um país glamuroso, chic… distante daqueles ideais de ditaduras sanguinárias e vulgares ou de “Repúblicas das Bananas” que predominavam no imaginário mundial. Porque os presidentes argentinos, até pouco tempo, usavam “cetro”, “trono”, “manto” e outos ridículos atributos monárquicos. Por certo morrem de inveja do nosso passado monárquico. Por que os EUA cultuam os Kenndy, como se fosse uma fajuta “Família Real” ? nós não precisamos dessas atitudes ridículas, ´pois tivemos uma dinastia reinante do nível das europeias.. Mas … isso é passado, e acho que passado deve ficar no passado. Reviver isso tudo seria tão ridículo quanto vestirmos nosso presidente de manto, cetro e trono… kkk
Osvaldo Guarilha, D Pedro ll amava o Brasil e é constatado tudo que se diz acima, não sei que golpe você quis dizer, mas se for o golpe da maioridade, não foi ao certo um golpe, e sim uma prevenção, já haviam tidos muitas revoltas na época das regências, e o ”golpe da maioridade” foi usado para prevenir uma possível catástrofe nesse nosso querido Brasil, e não foi fácil para ele, ele teve de se esforçar muito para ser imperador (foi submetido à exercícios físicos e disciplina). Então pelo amor de Deus, não xingue um de nossos únicos heróis no Brasil.
Para “PREFIRO NÃO DIZER”: refiro-me ao golpe militar de 15 de novembro de 1889, que derrubou a Monarquia e instituiu a república.
A meu ver, Dom Pedro II não era tão habilidoso, em especial na ultima década de seu reinado. Não tomou nenhuma providencia concreta para manter o império. Quando do golpe, teve um comportamento inesperado. Entregou o governo e o país, sem nenhuma resistência. Onde estava a guarda imperial, o batalhão fiel ao imperador, responsável pela sua guarda? Por que não o chamou? Por que rejeitou todas as propostas de reação? Ora, se ele amava o Brasil ardentemente, não deveria ter entregue tudo assim tão fácil nas mãos do republicano, fazendo o Brasil sofrer até hoje, com essa republica corrupta e inadequada. Admiro Dom Pedro II mas nesse ponto a familia imperial errou feio.
No final da vida, D. Pedro II estava abatido e doente – lembre-se que sua morte seria logo em seguida . Ele optou por não arquitetar nenhum tipo de reação à chegada da Répública, talvez devido aos seus problemas pessoais e também às questões relativas à sucessão. Enfim, só podemos especular o que ele pensava realmente, Mas, depois de ter lido muito sobre ele e sobre o contexdto da época, acredito que ele se rendeu ao que encarava como inevitável. O que teria acontecido se ele agisse diferente? Isso nunca poderemos saber.
Comentar isso aí em cima é desconhecer a mente do nosso Imperador. D. Pedro II, com certeza, em nenhuma fase de sua vida, teria concordado em usar armas prá se manter no poder (nem D. Pedro I, mais “belicoso”, quis fazer…) Isso seria negar toda sua formação liberal, humanista e seu real desapego ao poder. Quanto a não fazer “nada” prá estancar a maré republicana ou fazer drásticas reformas, também não era de sua personalidade. Ele foi acusado a vida toda de abusar do seu poder pessoal, mesmo sem interferir nessas questões, imagina se tivesse interferido mais do que fez.(que, particularmente, eu acho que interferiu demais) Acho q D. Pedro II viveu a vida toda exitando entre fazer do Brasil uma Monarquia do tipo britânico onde “Rei reina, mas não governa”; e a necessidade de intervir,orientar, mediar, moderar, coibir, estimular… um plantel politico deseducado e despreparado. Quanto à guarda Imperial , já tinha sido dissolvida pelo próprio Imperador. Os Dragões da Independência (e a obsoleta Guarda de Arqueiros) já não existiam desde muito. D. Pedro II, (produto intelectual do romântico século XIX) era republicano idealista, achava a monarquia um mal necessário e a república uma coisa inevitável e o resultado de uma evolução histórica. Profundamente machista, não acreditava na viabilidade de um 3º reinado feminino (sabia do desinteresse e inexpressividade política da filha). Nem imaginava que as mais evoluídas democracias modernas seriam, hoje em dia, monarquias. Afinal ele viveu ainda no tempo do Czarismo, do Império Otomano, da Monarquia dos Habsburgo, do Celestial Império e outros regimes violentos e autocráticos. Temos que nos orgulhar de nossa Família Imperial, tão digna, comportada, elegante, simples, desapegada e que saíu do país tão pobre como entrou. Como eles poderiam adivinhar que a República Democrática descambaria prá esse regime corrupto, venal, antipatriótico, esbanjador, irresponsável …etc etc ?