O gato preto e a sexta-feira 13

Ontem foi sexta-feira 13. Nos dias atuais, ainda há pessoas que acreditam que data é sinônimo de má sorte. Outra crença que persiste é a de que o gato preto dá azar, e cruzar com ele em uma sexta-feira 13 traz um tremendo atraso de vida. Sociedades protetoras dos animais alertam para o terrível costume de matar o felino nestas datas ou mesmo sacrificá-lo para evitar o suposto azar. Vamos conhecer algumas curiosidades sobre o tema:

Luís da Câmara Cascudo nos conta que o gato é visto nas histórias populares e fábulas como um animal ágil, desenvolto, mas sem escrúpulos ou fidelidade. “Dizem-no o mais resistente dos animais, tendo sete fôlegos, e como cada fôlego é uma vida, o gato tem sete vidas, resistindo à morte. (…) Quem mata um gato tem sete anos de atrasos e infelicidade. É uma reminiscência de uma entidade sagrada, protetora do Baixo Egito, onde representava o calor fecundante do sol, deusa em Behi Hassam Bubaste, onde a chamavam Bast ou Bastit, com um focinho felino em vez da fisionomia humana, a Grande Gata do Céu, vencedora da serpente Apopi”.

A fama dos felinos vem de longa data, como vimos. No Brasil, o folclorista destaca a crença de que o gato preto pode dar sorte, mas que o diabo costuma tomar suas formas constantemente, o que justificaria a desconfiança em relação ao animal. Na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha, havia a tradição das cerimônias em que o gato era enforcado ou queimado vivo, como lembrança dos castigos impostos às bruxas.

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Sobre o número 13, Câmara Cascudo lembra que os cristãos têm aversão a ele por causa na última ceia de Jesus Cristo, que contava com 13 pessoas à mesa. Mas, o autor afirma que a desconfiança em relação ao número é bem anterior ao cristianismo. “Hesíodo, sete séculos antes da era cristã, aconselhava a não semear no 13º dia”.

E completa: “A Igreja Católica divulga as trezenas de Santo Antônio, 13 dias de orações em homenagem ao santo que faleceu a 13 de junho de 1231. Mas os dias 13 são fatídicos, escolhidos para ‘fumaça às esquerdas’ (para o mal) no Catimbó, feitiço maléfico, envultamento, muamba de morte ou doença grave, etc”.

– Márcia Pinna Raspanti

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4 Comentários

  1. Everaldo Pires

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