Por Natania Nogueira.
Pedro Lucas Feitosa e o Museu do Luiz Gonzaga – Foto capturada da página do facebook dedicada ao Museu do Luiz Gonzaga. Disponível em: http://zip.net/brsKDb, acesso em 19 jan. 2016
Museus são espaços de memória e da História. Neles, se seleciona o que se deseja lembrar, para promover uma reflexão mais ampla a partir do conhecimento histórico. A grande variedade de museus e seus objetivos evidenciam de um lado a memória, de outro, a história. Dito isso, partimos para a reflexão à qual se destina o presente texto. O que faz uma pessoa desejar preservar uma memória e contar uma história a partir de um museu? Sim, pessoa, não uma comunidade ou uma instituição, uma pessoa.
Muitas vezes espaços de preservação surgem a partir do desejo de um indivíduo de querer capturar a história, manter viva a memória acerca de um acontecimento ou mesmo de uma pessoa. É o caso dos museus biográficos, espaços de memória e história que são erigidos a partir do desejo individual de oferecer à comunidade a oportunidade de conhecer a obra e/ou as ações de uma pessoa.
Tenho o exemplo próximo de um professor de artes e artista plástico, Luiz Raphael Domingues Rosa, que criou um espaço cultural em homenagem ao poeta Augusto dos Anjos, em Leopoldina (MG), que posteriormente tornou-se um museu, mantido pela municipalidade. Mas, durante décadas, até sua morte, foi este professor que manteve o espaço aberto, funcionando, acolhendo memórias e fragmentos da história que iam muito além da vida e obra do poeta.
Certamente iremos encontrar vários outros casos, pelo Brasil e pelo mundo, de pessoas que se sentiram compelidas a criar museus. Engana-se, no entanto, quem pensa que estas iniciativas partem unicamente de pessoas eruditas ou com alguma formação artística. A escolha pela preservação deve ser, antes de tudo, uma paixão. E uma paixão que não tem idade nem formação.
Deparei-me recentemente com o caso de Pedro Lucas Feitosa, que com apenas 10 anos de idade criou um museu, em Crato, no Ceará.Um pequeno museu biográfico dedicado ao ídolo do garoto, Luiz Gonzaga. O Museu do Luiz Gonzaga foi instalado na cada da falecida bizavó do menino, no distrito de Dom Quintino. O museu reúne aproximadamente 100 objetos, como sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga, que recriam a época em que Luiz Gonzaga viveu. Pedro Lucas e o primo Caio Éverton, de 8 anos, são os responsáveis pelo local. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga. Todo o acervo foi doado ao menino, que tornou-se fã de Gonzagão já aos 5 anos de idade.
Se o museu do Pedro Lucas irá ter o mesmo destino daquele criado pelo professor Luiz Raphael, é difícil dizer. Talvez o jovem aspirante a museólogo (sim ele deseja se museólogo) faça o projeto crescer e ganhar apoio das autoridades. Talvez, ele consiga reconhecimento pelo seu trabalho, embora me pareça que não seja este o seu objetivo. Mas, de qualquer forma, ao criar o museu o menino está não apenas exercendo um papel fundamental na preservação da memória como, também, está promovendo uma conscientização acerca da necessidade de preservação.
O Museu do Luiz Gonzaga representa uma resistência à colonização da memória instituída pelas elites, que erige como aptos a serem lembrados os grandes homens, os grandes marcos da história, os grandes monumentos, mas esquece de que a gente simples também tem uma memória que precisa ser preservada. O Museu do Luiz Gonzaga, a meu ver, leiga que sou na questão museológica, exerce, em sua essência, um papel importante tanto na construção da identidade do jovem Pedro Lucas, quanto na de toda uma comunidade que acreditou na ideia do menino e colaborou para que ela se tornasse realidade. Eu diria que é não apenas um exemplo de educação patrimonial pura e simples, como também do mais pleno exercício da cidadania.
Sugestões:
Visite o site Defender – Defesa Civil do Patrimônio Histórico http://defender.org.br/ e conheça várias iniciativas de preservação e defesa do patrimônio histórico.
Visite, também, a página do Museu do Luiz Gonzaga no Facebook: http://zip.net/bhsKVP
Olá Márcia e toda a equipe do “História Hoje”, gostaria de parabenizar o site pela lembrança do Museu do Luiz Gonzaga- Dom Quintino,Crato na região do Cariri Cearense.Como assessor de comunicação do museu, muito me alegra ver esse artigo com elogios e comentários que nos dão a certeza que o trabalho do Pedro tem surtido efeito. Durante esses seis meses que estou a frente da comunicação do projeto,muitos foram os ganhos tanto para a cidade e para a vida do menino. Estarei citando este material em nossos trabalhos. Natania Nogueira,parabéns pela escrita, adorei. deixo meus contantatos para batermos um papo cultural e trocarmos ideias. Um abraço bem Caririense a todXs.
Museu de Luiz Gonzaga- Dom Quintino, Crato.
Rua Alto da Antena, nº 69- Dom Quintino- Crato.
Email: [email protected]
telefones: (88) 999525253/999597578
Obrigada e parabéns pelo trabalho!
Obrigada, Ronuery!
Salvei os contatos!
🙂
Em tempo. O museu e no Ceará, na região do Crato, não em Exu.
Márcia, acho louvável sua iniciativa, mas não é a primeira vez que VC pública artigos de conteúdo muito fraco, sem novidade, sem expertise e, o pior, com graves erros de português. Há também uma priorização, sabe se lá porquê, da Mary del Priore. Enfim, VC precisa de copydesk, no minimo. As vezes até me direito, mas achei melhor comentar.
Cláudia, o blog História Hoje – como está bem claro na apresentação – é meu e da Mary del Priore. É uma parceria, portanto, nada mais natural que haja muitos textos e artigos nossos. Publicamos também material de colaboradores e mesmo de leitores, como uma forma de estimular a pesquisa. O presente artigo é da professora Natania Nogueira, que colabora com conteúdos ligados à Educação. Eu mesma faço a revisão dos textos, mas infelizmente podem passar erros, pois, essa não é minha única ocupação. Não entendi sua última frase, mas o espaço está sempre aberto para comentários e críticas.