MUSEU: LUGAR DE MEMÓRIA E DE AÇÃO SOCIAL

Por Natania Nogueira.

Do dia 22 de setembro até o dia 28 de setembro, 761 museus e outras instituições culturais estão promovendo uma programação especial com mais de 2.400 eventos, como exposições, visitas guiadas, palestras, exibição de filmes, entre outros. É a 8ª Primavera dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus, e cujo tema deste ano é “Museus Criativos”.

O tema escolhido, segundo o Instituto, tem a ver com a necessidade de estímulo à manutenção e ao desenvolvimento de cada museu, na exploração de sua capacidade de inovar-se, modernizar a gestão, diversificar iniciativas, ampliar a presença no território em que se acha inserido e atrair público. E isso não é pouca coisa.

Dentro desses objetivos, gostaria de assinalar um, sobre o qual refleti ontem, durante uma palestra que contava com a presença de estudantes do ensino noturno e EJA, no Museu “Espaço dos Anjos”: a utilização do ambiente museológico pela comunidade. Os museus e espaços culturais ainda são vistos com desconfiança pela população, de uma forma geral. Muitos os consideram monumentos erguidos pela elite. Locais destinados a uma fração da sociedade detentora de “conhecimento”. O museu não atrai o público da periferia.

Dos presentes na palestra de ontem, a grande maioria nunca tinha ido ao museu. Muitos não sabiam que ele existia, outros não se sentiam a vontade em visitá-lo. Embora o museu devesse ser, em tese, um espaço democrático e aberto a todos, ele ainda ostenta a imagem de local de memória da elite. Esse museu que se quer criativo deve primeiro se tornar acessível.

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Não basta apenas as portas abertas. É preciso, também, criar todo um projeto de educação patrimonial que inclua as periferias em atividades que ampliem a função social do museu, que o enriqueça enquanto espaço de memória. Que essa memória possa ser compartilhada e ampliada, sem qualquer distinção. É preciso dar ao museu um significado mais amplo.

Uma possibilidade para atrair o público e democratizar o espaço seriam as exposições itinerantes. Levar o museu a escolas, associações comunitárias, por exemplo, de forma a quebrar tanto a resistência de alguns em relação ao uso e visitação do ambiente museológico, quanto para estimular o trabalho nele desenvolvido. Levar parte do acerco e das atividades do museu às pessoas para que elas possam se sentir estimuladas a conhecer mais, a participar mais.

Enfim, devo declarar que sou uma apaixonada por museus. Acho que temos que investir não apenas na criação de novos locais, como na sua difusão entre a comunidade, para que essa comunidade não apenas aprecie o que ele tem a oferecer, mas também busque preservar e edificar novos espaços de memória que possam reforça a identidade local e nacional.

 

Sugestão.

Ainda estão sendo realizadas varias atividades da 8ª Primavera dos Museus, Saiba mais sobre elas conferindo a programação completa clicando aqui!

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  1. Marcus.

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