Joias, brilhos e pedrarias

Ontem, assistindo à cerimônia de entrega do Oscar, com tantos vestidos de tecidos brilhantes, bordados, pedrarias – e muitas joias pesadas para complementar -, me lembrei deste texto sobre o período colonial:

O que é interessante destacar é o carinho que as mulheres brasileiras sempre tiveram por um brilho e por joias bem grandes. Nos tempos do Brasil Colônia, a mulherada adorava vestidos de cetim, veludo e seda, sempre com muitos bordados. Alguns estrangeiros que passaram por aqui naqueles tempos distantes ironizavam o excesso de enfeites e cintilância que as nossas aristocratas exibiam. A inglesa Jemima Kindersley, em 1764, quando acompanhava o marido em passagem por Salvador, descreveu assim uma mulher considerada bonita e relativamente elegante por ela:

“(…) havia brincos em suas orelhas e (…) uma massa de ouro maciço, cravejada de diamantes, ornando sua cabeça; no pescoço, trazia várias correntes finas de ouro e, nos pulsos, uns braceletes de grande espessura, do mesmo material – em cada um deles havia ouro suficiente para dois”.

     Até o navegador espanhol Juan Francisco de Aguirre, que permaneceu apenas 25 dias no Rio de Janeiro, em 1782, decidiu ironizar o gosto dos brasileiros pelo brilho:

“O apreço pelas pedrarias, como mencionamos, é enorme. Uma noite, no teatro, parou ao nosso lado uma senhora que, em razão dos grandes anéis e de outras joias que trazia, era apelidada pelas gentes da terra de Tabuleta ou Vitrina de Ourives“.

Os exageros e o gosto pelos brilhos (joias e tecidos) não era exclusividade da classe mais abastada, apesar de ser óbvio que os ricos podiam ostentar mais. As escravas também gostavam de usar joias e tecidos coloridos; as mais pobres se esforçavam para juntar dinheiro comprar esse tipo de luxo. As negras e mulatas, escravas ou forras, tinham especial apreço por figas, corais, pulseiras e argolas de ouro e prata. – Márcia Pinna Raspanti

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Dama do século XVIII, exibindo suas joias.

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4 Comentários

  1. Eduardo Pérez
      • Eduardo Pérez
    • uel

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