D. Pedro: um homem entre dois mundos

               Será que D. Pedro I era tão devasso como acreditamos? Segundo Paulo Rezzutti, arquiteto, urbanista e pesquisador, nem tanto assim. “Sem dúvida, ele  dava as suas escapadelas, mas sempre que pulava a cerca corria para se confessar”. Outro detalhe curioso sobre nosso primeiro imperador  é que ele não bebia e nem fumava. “Bebida alcoólica, apenas em brindes e olhe lá. Mas gostava de farra sim, principalmente de fazer música com os amigos”, completa o Rezzutti. Também é importante destacar que D. Pedro I era um abolicionista. “Ele acreditava que a mão de obra escrava devia ser paulatinamente substituída por mão de obra livre, incentivando, junto com D. Leopoldina, a imigração estrangeira ao Brasil. A questão da educação, que era muito cara para ele, tanto para os filhos quanto a educação pública, como pode ser visto na  Constituição de 1824 que ele criou”, afirma.

              Para quem quer saber mais sobre essa figura histórica marcante, o Consulado de Portugal, em São Paulo, apresenta a palestra “D Pedro. Um homem entre dois mundos”, que será ministrada por Paulo Rezzutti no dia 19 de abril, a partir das 19 horas. O encontro terá como objetivo evidenciar aspectos – até agora pouco explorados – sobre a vida de Pedro de Alcântara, mais conhecido como Dom Pedro, primeiro imperador do Brasil e filho de Dom João VI e Carlota Joaquina.

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             Quase duzentos anos depois de sua morte, pouco ainda se sabe do personagem que entrou nos livros de história e no imaginário do brasileiro, cercado por uma aura a um só tempo caricatural e enigmática. Detalhes curiosos que marcam a história serão desvendados por Paulo Rezzutti, membro titular do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. O palestrante comentará sobre a personalidade complexa de Dom Pedro, homem que se dispunha a morrer por uma causa; do pai que queria para os filhos a educação que reconhecia falhar em si próprio; da visão do imperador sobre a escravidão; e do governante que foi protagonista na transição do absolutismo ao liberalismo e ao regime constitucional no Brasil.

            Paulo Rezzutti trabalhou como consultor técnico na exumação dos corpos dos primeiros imperadores do Brasil, sendo o responsável pela remoção do corpo da imperatriz Amélia da parede em que se encontrava na cripta do monumento à Independência, localizado no Ipiranga (São Paulo/SP). Em 2010, Rezzutti descobriu em Nova Iorque 94 cartas inéditas de D. Pedro I para a Marquesa de Santos que foram publicadas no livro “Titília e o Demonão – Cartas Inéditas de D. Pedro I à Marquesa de Santos” (Geração Editorial, 2011). Já em 2013 lançou a biografia Domitilla, a verdadeira história da Marquesa de Santos (Geração Editorial), finalista na categoria “Biografia” do Prêmio Jabuti 2014 e do 2º Prêmio Brasília de Literatura.

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             Em setembro de 2015, pela LeYa Brasil publicou “D. Pedro: A História Não Contada”. O livro chegará à Portugal em maio de 2016 pela Editora Casa das Letras, pertencente ao Grupo LeYa Portugal. O autor trabalha atualmente com material inédito em obra sobre D. Leopoldina, primeira imperatriz brasileira, previsto para ser lançado em 2017 em comemoração aos 200 anos de sua chegada ao Brasil.

SERVIÇO:
Palestra: “D Pedro. Um homem entre dois mundos”
Data: 19/04/2016 (Terça-Feira) – Horário: 19h00
Local: Consulado Geral de Portugal em São Paulo – Sala Fernando Pessoa
Endereço: Rua Canadá, 324 – Jardim América – São Paulo/SP
Entrada Gratuita, mas é necessário se inscrever pelo e-mail: [email protected]

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D. Pedro: personalidade complexa.

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