Curso: “História das Mulheres” (on-line)

Desde que a história existe como disciplina científica, ou seja, século XIX, o lugar das mulheres dependeu das representações dos homens, os quais foram, por muito tempo, os únicos historiadores. Portanto, reescrever a história pressupõe desconfiança em relação às categorias dadas como universais, privilegiando as singularidades e as diferenças.

Une Histoire de femmes, est-elle possible? ”.  “Uma História das mulheres será possível?”

(PERROT, 1984).

          Partindo do pressuposto da indagação de Michelle Perrot será possível fazer a História das Mulheres sem rosto, sem fala, silenciadas, aliadas ao estudo na busca das representações narrativas, no intuito de resgatar a memória das chamadas “mulheres invisíveis”, e como decorreu a existência de mulheres, seus sonhos, medos, diante da submissão e regras imposta pela sociedade no século XIX, guiadas por convenção praticada em Portugal, e utilizada na Constituição de 1824, com premissa da negação dos direitos de cidadania às mulheres, consolidando o poder dos homens, colocando todas as mulheres indiferentes de classe, em um mesmo grau de inferioridade deliberada e incontestável.

        O debate para o primórdio da História das Mulheres é inaugurado por Michelle Perrot, demonstrando a invisibilidade das mulheres. O Brasil teve como precursora Maria Odila Leite da Silva Dias, influenciando historiadoras interessadas nos dilemas das mulheres. O movimento feminista dos anos 70, ao lado de suas várias reivindicações e denúncias levantou também a questão do “desaparecimento” das mulheres no âmbito da história, e dominadas pelo pensamento masculino, ponto básico na pesquisa desenvolvida pelas feministas o chamado “resgate da memória feminina”. Eni de Mesquita Samara expõe que as mulheres proporcionaram diversas discussões. Reflexões ocorreram e ainda são discutidas, sobre as mulheres, para se fazer um resgate da memória feminina, as falas sobre o “silêncio dos arquivos”, os “segredos dos sótãos”, as “leituras das entrelinhas” dos documentos, vão aos poucos compondo as análises sobre o universo feminino e a sua inserção no público e no privado, e que o mundo das mulheres e a vida doméstica, palco de luta e da articulação dos “micro-poderes” foi inúmeras vezes pesquisado sobre as mulheres dos primeiros séculos, teriam se firmado como um desdobramento dos estudos da família.

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          A caracterização do papel social das mulheres teve início, com análises das mulheres chefes de grupos familiares. Rachel Soihet analisou e fez diversas reflexões a respeito e alerta que os artigos e ensaios poderão sofrer sérios perigo de isolamento intelectual, visando à fragilidade pelo estudo do corpo, sexo, família e trabalho. Buscava-se somente focar as mulheres sobre o aspecto do levante da emancipação, saindo da dominação dos homens, levando-as diretamente ao grupo das feministas, que levantaram a bandeira para que as mulheres saíssem do ostracismo. O olhar para o discurso das representações políticas, econômicas, no sentido de se fazer com que as mulheres até então dominadas, ausentes, escondidas, empoeiradas dentro do privado, pudessem e tivessem a oportunidade de ir de encontro ao público.  Analisando os conceitos de gênero, até chegarmos a Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006 –  Lei Maria da Penha.

          Mary Del Priore autora de diversos livros e prêmios encanta com a trajetória das mulheres até os dias de hoje, e não se contenta em apenas de separar as vitórias e as derrotas, mas derruba mitos, encoraja debates, estimula a reflexão e coloca toda a questão feminina, nos fazendo pensar sobre a questão feminina.

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14 Comentários

  1. luana
    • Maria José Caldas
  2. Wellington
  3. carla
    • Maria José Caldas
  4. Jéssica
    • Jéssica
      • Maria José Caldas
    • Maria José Caldas
  5. Daiane
  6. Ana Freda Jardim

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