A SUA CIDADE É UMA CIDADE EDUCADORA?

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No Brasil, a cidade de Santos (SP) faz parte da rede formada pelas cidades educadores. Imagem disponível em: http://zip.net/bysJV3

 Por Natania Nogueira.

A primeira cidade do mundo a se declarar uma cidade educadora foi Barcelona, na Espanha. Seu exemplo se multiplicou, e hoje 470 cidades de 36 países são reconhecidas como cidades educadoras. Elas fazem parte da rede formada pela Associação das Cidades Educadoras (AICE), que defende que as cidades têm um potencial educativo que precisa ser explorado. Trata-se de uma rede internacional que incentiva as cidades, das de pequeno às de grande porte, a mobilizar a comunidade, favorecer a criação de espaços de lazer, cultura e educação dando aos seus moradores a oportunidade de um melhor desenvolvimento, melhor qualidade de vida.

A cidade que aceita o desafio identifica sua vocação e começa a dar mais importância para sua memória. Ela passa a buscar suas qualidades, ao invés de simplesmente apontar seus defeitos. Não que eles sejam esquecidos, mas é preciso trabalhar autoestima até mesmo para fortalecer as ações. A cidade passa a redescobrir e valorizar sua História e a tratar a educação de forma mais séria e comprometida.

O efeito desse processo se expressa no próprio desenvolvimento urbano, na melhoria da qualidade de vida. Uma cidade educadora explora seu potencial em todos os sentidos porque entende que é necessário envolver a comunidade e este envolvimento deve ser feito pela educação.

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O investimento em políticas sociais é levado a sério, e os jovens, principalmente, passam a ter opções de cultura, lazer e esporte que, futuramente, serão definidores do seu caráter, das suas escolhas, das suas ações. Eles também são chamados a debater e opinar a respeito dos problemas da cidade. E não apenas eles. Numa cidade educadora a educação é inclusiva e direcionada a todos, independentemente da idade, uma vez que se acredita que o aprendizado é algo constante. Assim, os idosos também são agraciados com ações direcionadas à terceira idade que valorizam a experiência a dão voz aos mais velhos.

Todas estas ações se refletem no espaço urbano que tende a passar por um processo de reurbanização, com a reforma ou construção de praças, centros esportivos e espaços culturais. As escolas e centros de saúde recebem, também, atenção especial.

Uma cidade educadora é uma cidade que, acima de tudo, promove a igualdade, primeiro passo para a conquista de uma sociedade mais justa. Nas cidades educadoras, por exemplo, o papel dos conselhos é fundamental. Eles são ativos e são ouvidos pelo poder público. Realidade bem diferente da que temos, no contexto geral das cidades brasileiras, em que, muitas vezes, os conselhos municipais existem apenas no papel ou muitas de suas ações são anuladas devido a conflitos de interesse, principalmente financeiro.

O desenvolvimento nacional deve muito ao desenvolvimento microrregional. Se os municípios abraçarem uma gestão participativa e o projeto de uma cidade educadora podemos esperar mudanças a médio e longo prazo tanto no meio político quanto social. Mas para isso é preciso vontade política e comunidade ativa, atuante. Levante na sua cidade o debate acerca do assunto. Convide a comunidade a participar da rede formada pela Associação das Cidades Educadoras. Aposte no futuro, ele pode estar mais próximo do que você imagina.

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Santos: as cidades educadoras resgatam suas memórias.

Sugestão de leitura:

5 cidades educadoras que transformaram suas realidades locais pelo aprendizado. Disponível em: http://zip.net/bjsH4y, acesso em 08 de jan. 2016.

Dica:

Participe do XIV Congresso Internacional da Associação Internacional de Cidades Educadoras, cujo tema central girará em torno a “Cidades: Territórios de convivência”. Para mais informações, clique aqui!

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